segunda-feira, 20 de agosto de 2007

VoD dados dos EUA

Hollywood se rende ao vídeo por demanda 20/8/2007 14:49:00
Milhões de pessoas que têm instalado novos televisores de alta definição e tela plana em suas casas, neste ano - mais da metade com telas de no mínimo 50 polegadas - podem afirmar, orgulhosamente, que estão fazendo a sua parte para modernizar a experiência de assistir a filmes em casa. E as operadoras de TV a cabo também têm feito a sua parte, construindo uma estrutura de " video-on-demand" (VOD, na sigla em inglês, ou vídeo por demanda, na tradução livre, é um sistema que permite que os usuários selecionem e vejam conteúdo de vídeo em uma rede, como parte de um sistema interativo de televisão, no qual os filmes e programas podem ser baixados para um disco rígido, não necessariamente instalado em um computador) capaz de proporcionar aos expectadores uma lista variada de títulos de filmes, disponíveis 24 horas por dia. Nada de deslocamentos até à locadora de vídeos. O fim da espera da chegada dos discos encomendados pelos serviços de assinatura, e que chegam pelo correio. E também o adeus a acessórios extras de informática para transportar os arquivos baixados da Internet para outros locais da casa. Bastam apenas dois cliques no controle remoto da TV a cabo. Tudo está pronto - exceto uma oferta generosa de filmes. Os estúdios hesitaram.Segundo Craig Moffett, vice-presidente e analista da Sanford C. Bernstein & Co., o sistema VOD a cabo está bem posicionado, sob o ponto de vista tecnológico, para ser a forma preferida de fazer com que os filmes cheguem até às residências, mas as operadoras de TV a cabo não conseguem ter acesso aos produtos de Hollywood: "Eles construíram uma Ferrari em termos de sistema de envio de filmes, mas os donos do conteúdo não apareceram".Os estúdios de cinema nutrem uma suspeita extraordinária em relação ao que é novo e desconhecido. O medo deles não tem nada a ver com números, mas sim com a tendência das grandes organizações de perder os seus interesses de vista - isso para não mencionar os interesses dos seus usuários. Graças à eficiência do sistema de envio digital, os estúdios têm de fato uma margem de lucro três vezes maior com cada VOD assistido do que com um aluguel em uma videolocadora, cobrando o mesmo preço médio de US$ 4 por filme.A Comcast garantiu o direito de oferecer apenas cerca de 300 filmes pelo sistema VOD em qualquer dia, excluindo os canais especiais como o HBO. Cerca de 50 desses filmes estão no formato de alta definição. Falta muito para alcançar a Netflix, com os seus 80 mil títulos, ou a Blockbuster Online, com 75 mil.Experiências e incertezasMas o menu "on-demand" não precisa atingir um tamanho comparável imediatamente, especialmente ao se considerar que as listas da Netflix e da Blockbuster consistem em sua maioria de títulos antigos pelos quais a demanda é baixa - e as versões em alta definição desses títulos são poucas. A grande maioria dos pedidos dos consumidores poderia ser atendida simplesmente com a disponibilização dos lançamentos mais novos em todos os formatos.Mas é preciso reconhecer que os grandes estúdios mostraram-se dispostos a reexaminar os limites artificiais que estabeleceram para o VOD. No final do ano passado, seis estúdios deram início a uma experiência com a Comcast em Denver e Pittsburgh, disponibilizando os lançamentos mais novos em VOD no mesmo dia em que o DVD respectivo chegava às prateleiras. A Time Warner Cable está no terceiro mês de uma experiência similar em Austin, no Texas, e em Columbus, em Ohio.Os estúdios alegam que tais experiências são necessárias de forma que possam ter certeza de que as vendas de DVDs não sejam prejudicadas pela disponibilidade imediata dos VODs. Esta é uma pergunta que vale US$ 16 bilhões, que é o valor do mercado de vendas de DVDs nos Estados Unidos, a a maior fonte de renda dessa indústria. Tal soma eclipsa os US$ 10 bilhões em lucros obtidos nas bilheterias dos cinemas ou os US$ 8 bilhões referentes aos aluguéis de vídeos. Como os potenciais compradores de DVDs sempre contam com a alternativa mais barata de alugar um DVD no dia em que ele for colocado à venda, é difícil enxergar por que o VOD representaria uma ameaça canibalesca diferente.Fonte: The New York Times

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