quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Celular é a próxima fronteira da publicidade

29/8/2007 10:00:00
Com mais de 108,5 milhões de terminais habilitados até julho, o Brasil ocupa a quinta posição em um setor que supera 2,9 bilhões de terminais no mundo. No entanto, quando se trata de publicidade, as cifras não são comentadas pelo segmento, ainda em busca de melhores práticas para a aplicação da mídia móvel.Segundo dados da Mobile Marketing Association (MMA), os investimentos mundiais em publicidade no celular somaram 24 bilhões de dólares em 2006 e devem saltar para 55 bilhões de dólares em 2011. Considerando que o celular é uma mídia mais recente, a soma não é pequena se comparada à previsão da consultoria Veronis Suhler Stevenson sobre os investimentos em publicidade na internet (62 bilhões de dólares) e em televisão (86 bilhões de dólares), nos próximos quatro anos.E o que torna o celular a "mídia dos olhos" de agências, operadoras e desenvolvedores de soluções móveis? Na visão de representantes deste segmento, reunidos no 1º Workshop de Mídia Mobile, realizado na terça-feira (28/08), em São Paulo, o pequeno dispositivo é uma mídia única, onde a propaganda pode ser desejada e não apenas exibida ou distribuída."É um equipamento muito pessoal, está sempre com o usuário e ele está sempre conectado", destaca Marco Quatorze, diretor de serviços de valor agregado e roaming da Claro. Hoje, os 27 milhões de assinantes da operadora trocam mais de 150 milhões de mensagens de texto (SMS), 10 milhões de mensagens multimídia (MMS) e fazem 3 milhões de downloads - jogos, ringtones, wallpapers etc. - ao mês.Os números sinalizam a necessidade de aplicar melhores práticas para inserir a publicidade "não-invasiva" nos celulares. "É importante fazer com que a base aceite receber publicidade no celular", ressalta o executivo da operadora que vem trabalhando o opt-in em sua base de assinantes, desde o início do ano.As modalidades de propaganda no celular, segundo Quatorze, vão além de apresentar um banner na página inicial do portal WAP da operadora, o que já apresenta um índice de dispersão quase nulo, indica o executivo. "Em um futuro próximo, o cliente receberá, no celular, a informação de um show que vai acontecer na cidade, poderá comprar o ingresso pelo aparelho, entrar no show com o código de barras na tela do dispositivo e depois receber o anúncio móvel de uma promoção do DVD daquele show. O cliente pode assistir a TV no celular, adorar uma trilha sonora e comprar pelo aparelho", prevê.Foco da operadoraNo presente, a Claro entrou no jogo do Mobile Advertising em parceria com a Tellvox, agência especializada em marketing móvel, em uma campanha criada pela Agência Click para lançar um novo carro da Fiat promovendo a interatividade com assinantes da operadora. A campanha pelo celular foi a primeira e única mídia utilizada, durante a primeira quinzena de agosto, pela montadora para divulgar o veículo. "Espero que este primeiro caso mostre que vale a pena usar a participação da operadora e utilizar os meios que ela dispõe para atingir o cliente final", observa Quatorze.Anunciantes, agências, empresas especializadas em mídia móvel, operadoras e o usuário. Esse é o caminho, que a propaganda móvel deve seguir, na visão do executivo da Claro, sinalizando a preocupação da operadora em garantir sua parte na cadeia do marketing móvel.Diante de um mercado altamente competitivo, onde mais de 80% dos usuários optam pelo modelo pré-pago, a publicidade pode ser o pote de ouro das operadoras. No entanto, é nesta parte da cadeira que muitos projetos ficam parados, avalia Paulo Humberg, sócio-diretor da Tellvox."Geralmente, o processo engasga no foco da operadora. As empresas se voltaram a aquisições e atualização da rede", analisa Humberg. "Existe uma realidade da propaganda no celular. Dá para usar e dá para fazer", destaca o executivo citando exemplos internacionais de empresas como Admob, que distribui e gerencia campanhas de banners para celulares, e Greystripe, empresa que oferece downloads de jogos gratuitos aliados a conteúdos patrocinados, que já estão marcando território no mercado de mídia móvel.Daniela Braun - IDG Now!

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