quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Tendências Internacionais - RealScreen

Eles só pensam naquilo... YouTube
23/01/2008, 19h30
O segundo dia do RealScreen, mercado internacional de documentários realizado em Washington DC, EUA, foi aberto com um painel em que commissionng editors debateram as tendências da indústria.
Estes são os profissionais que, nas televisões européias e norte-americanas, selecionam projetos de programas para serem produzidos. Ou seja, fazem a interface entre os canais e os produtores independentes.
O debate foi dominado pelo tema do vídeo na Internet, sobretudo o fenômeno You Tube, ainda uma obsessão da indústria. Pouco ou nada se falou sobre formatos, tendências, temas, idéias... apenas sobre as potenciais ameaças e oportunidades da distribuição online. Isto vem afetando, ao menos na teoria, a própria maneira como estes canais adquirem programação.

Conteúdo 360 graus

"O futuro do History Channel não é um canal linear chamado History Channel, mas uma marca com este nome, que oferecerá conteúdos. O canal é a espinha dorsal de uma oferta 360 graus", disse Charles Nordlander, VP de desenvolvimento e produção do History Channel.
Isto já se reflete na aquisição de programas. Qualquer compra, diz o executivo, já envolve no mínimo a produção de versões curtas do programa para a web.
Mas ele vai além. Em uma próxima fase, o projeto deve vir já com conteúdos (de vídeo) previstos especificamente para a Internet, e em um terceiro momento, os projetos terão que contemplar toda a parte interativa também, como jogos, quiz etc.
Canais europeus também vêm exigindo a integração com a web, mas na prática, vêm recebendo muito menos projetos com estas características do que esperavam, conta a commissioning editor da France 5, Caroline Behar.

Programa como marca

O VP sênior de desenvolvimento e produção do Discovery Channel e do Science Channel, Jeff Hasler, dá a medida da indefinição do modelo. "Todos sabemos onde queremos chegar. Só não sabemos qual será o caminho", disse, durante o painel. Segundo ele, a tendência é pensar os programas como marcas. "Não é só pegar a programação de TV e editar programetes para a web. Temos que pensar também no espectador que vai só na Internet, e não na TV", conta Hasler.
John Farren, diretor do programa "Timewatch", da BBC, programa histórico mais antigo em exibição no mundo, lembra que a Internet ainda é imprevisível. Um vídeo colocado pela BBC no You Tube teve mais de um milhão de views, o que surpreendeu a rede. "Amanhã alguém inventa um novo aplicativo e tudo muda novamente", refletiu Farren. André Mermelstein, de Washington, EUA - PAY-TV News

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