quarta-feira, 4 de julho de 2007

Joost muda modelo de propaganda na TV

O que sua antiga televisão não faz, o Joost faz.
Criado pelos inventores do Kazaa e do Skype, o Joost é um projeto de TV no computador, sempre online.
Mas não só isso, a programação é "on-demand", ou seja, o usuário decide o quê e quando assistir dentre uma lista de opções de programas disponíveis.
Recomenda-se 512 Mb de RAM e uma placa de vídeo com recursos 3D, que hoje já se tornaram padrão até nas modelos onboard.
O Joost tem qualidade de vídeo superior ao vídeo tradicional que a gente assiste na web e, ainda por cima, é possível "ligar" o Joost à sua televisão da sala através de uma placa com saída de RTV instalada no computador.
E se você gosta mesmo de tecnologia, hoje já existe uma série de acessórios para transmitir áudio e imagem do computador para a televisão, sem uso de fios.
Qual o verdadeiro impacto do Joost na forma como assistimos televisão?
No Joost, não há o conceito de "emissoras de TV"; o que o espectador deve procurar são seus programas ou assuntos relacionados que gerem uma lista de programas similares.
É possível iniciar e pausar a programação a qualquer momento.A lista de canais disponíveis para o Brasil ainda é pequena (embora já bastante atraente), mas nos Estados Unidos já é possível assistir aos mesmos programas que são transmitidos em emissoras como Fox ou Sony.
Com a já citada vantagem de que quem comanda a exibição dos programas é o usuário, não mais o espectador.Extrapolando um pouco, o usuário também pode escolher que não quer ver propagandas.
Imagine o impacto disto nas agências publicitárias tradicionais; é o marketing de permissão levado ao meio televisivo, em contra-senso ao modelo atual de marketing de interrupção.
A imagem é exibida em tela cheia no monitor, mas com um clique em qualquer local da tela abrem-se as opções de interação: lista de canais, informações sobre o programa, tamanho da tela, controle de tempo (avançar, pausar etc.), volume e outras tantas.

Como toda boa ferramenta web, o Joost possui uma série de aplicativos que rodam sobre a programação e permitem interagir com a ferramenta ou com outros usuários do serviço. Desde um pequeno relógio até uma sala de chat ou um ranking para avaliação dos programas em exibição.

Como fica a propaganda?Considerando esta democracia no meio televisivo, os anunciantes mais tradicionais podem imaginar que a saída seria criar filmes publicitários mais impactantes, seja pelo humor, pelo inusitado ou por qualquer outro apelo de comunicação. Isto, entretanto, não é a saída.Qualquer conteúdo criado sob estes moldes tende a ter uma relevância cada vez menor com a frequência. Ou seja, se um consumidor já foi impactado uma vez por aquele filme publicitário, a força do impacto tende a se dispersar rapidamente na segunda vez, terceira vez. e assim por diante.Teríamos filmes publicitários feitos para exibição uma única vez e, se entrarem na moda do "viral", serão repassados para que outras pessoas assistam. Raros são os hits virais que são novamente acessados pela mesma pessoa. O "Manamana" dos Muppets ainda me diverte quando o dia está estressante, mas até quando?

Indo por outra direção, as empresas podem começar a produzir conteúdo para exibir em canais específicos do Joost- um documentário sobre esportes radiciais feito pela Nike, por exemplo? Ainda nesta linha, uma empresa poderia patrocinar um programa e ter a marca exibida durante a veiculação ou trabalhar a questão de merchandising implícito nos acontecimentos de um show. Ou ainda, criar seus próprios widgets que ofereçam alguma funcionalidade, algum benefício adicional na operacionalização do Joost.É, sem dúvida, uma outra quebra no modelo tradicional de comunicação e que ainda vai dar muito o que assistir. Por JC Rodrigues - publicado no WebInsider

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