segunda-feira, 17 de setembro de 2007

TV e propaganda enfrentam uma nova era

TV e propaganda enfrentam uma nova era 17/9/2007 09:53:00
A pretensão de revolucionar a forma de assistir à televisão já foi amplamente anunciada pelo Joost, TV por Internet criada pelos inventores do Skype e Kazaa. Com uma interface bem resolvida graficamente e boa qualidade de vídeo, o projeto, cuja pronúncia original é "ióst", já mantém acordos de reprodução de conteúdo com grandes redes como CNN, CBS, Viacom e Sony. Na esteira desta revolução, o modelo de negócio da publicidade também começa a ganhar contornos inovadores e atraentes para fisgar a atenção do usuário. Não há mais telespectador, aquele exposto obrigatoriamente ao break comercial ou horários pré-determinados para exibição de programas e consumo de marcas. É tudo baseado na tecnologia "on-demand", disponível para assistir quando quiser.À medida que se muda o hábito em frente à telinha, novos formatos começam a ser desenvolvidos em um cenário em mutação. É esse o desafio de agências de propaganda inseridas neste contexto. De acordo com o sócio-fundador da agência Garage Interactive, Max Petrucci, a publicidade vai se desdobrar para atender a demanda da TV 2.0, considera a era inteligente. A principal revolução, segundo ele, será a customização e maior eficácia na mensagem transmitida, o que considera ser a fórmula da propaganda do futuro. "A mudança está acontecendo à medida que o consumo de publicidade deixa de ser obrigatório, como é na TV, e passa a ser algo à parte na programação", define. O Joost possui sistema no qual anúncios surgem em chancelas e não interrompem a programação. Caso o usuário não queira ver, basta fechar a janela ou programar para assistir em outra ocasião. O programa ainda lista atrações que sejam similares à preferência de cada um, com método baseado no histórico de buscas do usuário.Petrucci reparte em três os novos formatos na era 2.0. O primeiro deles á a adaptação do clássico modelo de 30 segundos na TV, a partir de conteúdos mais "criativos e sutis". Outro modelo é a prática de merchandising, já ultilizada há muito tempo pelas agências, mas que sofre atualmente um momento de reinvenção. "O merchandising será cada vez mais utilizado para divulgar as marcas. E ele aparecerá de forma mais atraente, reformulado e, por isso, exigirá mais qualidade", prevê. Para ele, produções de programas patrocinados pelas próprias marcas são outro filão a ser explorado, sendo esta uma das mais complexas e custosas propostas de se viabilizar.Mania nacional?O especialista se diz otimista quanto à aceitação do Joost pelo internauta brasileiro. "Não vai ser da noite para o dia. O programa precisa de alguns ajustes e não vingou em nenhum lugar ainda, quanto menos no Brasil. Mesmo assim deve obter sucesso por aqui. O brasileiro gosta de meios interativos e é um dos campeões em tempo dispensado à Interne diariamente", argumenta. Já a roteirista do programa "Pânico na TV" e blogueira, Rosana Hermann, prefere apostar com ressalvas na idéia de que a novidade vingará no Brasil. Uma saída, segundo ela, seria disponibilizar séries completas para o internauta acompanhar diretamente pelo mecanismo. "O brasileiro gosta de fazer tudo dentro da Web, e não quer abrir outro programa para ver. O que poderia mudar isso seria o Joost oferecer episódios de séries completas. Aí, com aquela qualidade, todo mundo ia querer assitir a tudo. Imagine, ver Lost, no Joost? Inteira? Sem interrupções? Um sonho", fantasia. Para Rosana, o serviço age nos moldes de uma "TV com interação social". Pelo diferencial apresentado, é possível, instantaneamente, assistir aos programas, falar com outras pessoas e ainda convidá-las para acompanhar a mesma atração. O conteúdo oferecido é transmitido por meio de obtenção dos direitos de reprodução. Por esse motivo, a roteirista não acredita na possibilidade futura de usuários contribuírem com material próprio, assim como o formato adotado pelo site de vídeos YouTube. Marcelo Gripa - Adnews

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