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Regulamentação
Aneel libera banda larga na rede elétrica mesmo sem regras
13/11/2008, 19h47
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende colocar em consulta pública uma proposta de regulamentação do serviço de transmissão de dados pela rede elétrica – conhecido pelas siglas PLC ou BPL. A consulta, no entanto, ainda não tem data para ser lançada.
O ponto principal a ser regulamentado, no entanto, diz respeito à utilização de radiofreqüência de modo que não interfira em outros serviços prestados na mesma faixa. A Anatel deu um importante passo nessa etapa com o consulta pública que terminou no dia 30 de setembro. A expectativa do setor é que no início do ano saia a regulamentação por parte da agência do setor de telecom. Do lado elétrico, a questão parece ser mais simples, tanto é que, conforme apurou este noticiário junto à agência, a Aneel permite que as empresas iniciem a oferta comercial do serviço mesmo sem a regulamentação da sua parte.
O ponto central sob o ponto de vista da concessão das empresas de energia é o uso compartilhado das redes. Como a legislação atual do setor elétrico impede os distribuidores de energia de prestarem qualquer serviço que não seja o de distribuição, é preciso definir quem vai explorar esse serviço, se empresa do mesmo grupo econômico da distribuidora ou terceiros. Outro ponto importante diz respeito à cobrança pelo uso da rede: se haverá livre negociação, como ocorre atualmente nos contratos de compartilhamento de infra-estrutura, ou se haverá regra específica sobre isso. Essa discussão terá que envolver, necessariamente, a Anatel, conforme nota da Aneel.
A agência ainda informa que com a introdução do PLC, as distribuidoras de energia conseguem outras fontes de receita com o aluguel das suas instalações, o que representa ganhos para as empresas que obrigatoriamente tem de se reverter em modicidade tarifária para os clientes. Helton Posseti - PAY-TV News
Banda larga
AES Eletropaulo entrará no mercado com rede PLC
13/11/2008, 16h53
A AES Eletropaulo Telecom anunciou nesta quinta-feira, 13, que oferecerá sua infra-estrutura a prestadores interessados na oferta de banda larga pela rede elétrica.
A empresa tem a tecnologia implantada em 300 prédios em São Paulo, com 150 clientes utilizando de fato o serviço em caráter de teste. A oferta comercial deve acontecer no primeiro trimestre de 2009. A companhia investiu R$ 20 milhões nos testes que incluem os equipamentos adquiridos da norte-americana Current, e uma expansão da rede óptica de cerca em 70 km.
A AES Eletropaulo não vai prestar o serviço diretamente ao cliente final, mas sim oferecer a infra-estrutura às operadoras e prestadoras de serviços interessadas em fazê-lo. Teresa Vernaglia, diretora-geral da Eletropaulo Telecom, afirma que não tem interesse em competir com os atuais clientes. A companhia hoje tem uma rede de fibra óptica com 2 mil quilômetros de extensão e fornece capacidade de backhaul e acesso às concessionárias de telefonia e às operadoras móveis.
Modelos
A companhia chama o serviço de BPL (Broadband Poweline) que é a nomenclatura européia, enquanto que PLC é mais usado nos EUA, conforme explica Teresa. Foram desenvolvidos dois modelos de topografia de rede para o uso da BPL. No modelo out build, o equipamento que insere o sinal de dados na rede elétrica fica no poste de energia, logo depois do transformador. Em São Paulo, cada transformador atende em média 1,8 edifício. Sendo assim, uma vez colocado o equipamento, todos os apartamentos desses prédios ficam automaticamente "iluminados". No modelo in-build, o equipamento é instalado na sala de medição do condomínio, iluminando todos os apartamentos automaticamente, já que o sinal de dados é distribuído junto com a energia. Para o serviço ser prestado nesse segundo modelo, a fibra óptica tem que chegar até o prédio. A vantagem do in-build é que os equipamentos já são homologados pela Anatel.
Consulta pública
A consulta pública que criou as especificações técnicas para o modelo out-build terminou em 30 de setembro. Teresa afirma que o importante da consulta é que ela determina as condições técnicas dos equipamentos, o que dá segurança aos fabricantes para produzi-los e garante a interoperabilidade entre os fornecedores. Com relação à Aneel (a agência reguladora do setor elétrico), Teresa explica que como a solução in-build não usa a rede elétrica pública (objeto da concessão), e sim a do prédio, não há problemas. Ela disse que Anatel e Aneel têm conversado sobre o modelo que usa a rede elétrica pública, mas até a Aneel não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
Teresa não vê problema do serviço ser prestado em caráter secundário – conforme definido pela consulta pública. "Não consideramos que isso seja um fator crítico para adoção da tecnologia. O nível de interferência é muito baixo", diz ela.
Vantagens
A executiva explica que para as operadoras, a vantagem da solução é que ela pode chegar até áreas onde hoje a oferta de banda larga pelos meios tradicionais é deficiente. A executiva citou algumas regiões com essa características que poderiam ser atendidas pelo BPL como Granja Viana, Morumbi, Alphaville e Alto da Boa Vista – todas em São Paulo. Além disso, a solução tem a vantagem de não precisar de nenhum tipo de cabeamento nos prédios, o que é um fator crucial em edifícios mais antigos.
Do ponto de vista do usuário – conforme indicou pesquisa feita com os participantes do teste – um benefício apontado é que a banda larga fica disponível em qualquer tomada da casa. Teresa reconhece que com relação à mobilidade, na prática as pessoas podem colocar um roteador wi-fi, mas frisa que o benefício de ter a rede em todas as tomadas apareceu na pesquisa. Outro benefício levantado pelos usuários do teste é a ausência de cabos pela casa. A executiva afirma que foram criados filtros para impedir que os equipamentos elétricos interfiram no desempenho da rede de dados. Segundo ela, isso acontecia no começo. Outra questão importante é que a velocidade de download é a mesma que de upload, o que não acontece no ADSL.
Helton Posseti - PAY-TV News
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