sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Aneel libera banda larga na rede elétrica mesmo sem regras

Essas novidades poderão agilizar vários outros serviços!

Regulamentação
Aneel libera banda larga na rede elétrica mesmo sem regras
13/11/2008, 19h47
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende colocar em consulta pública uma proposta de regulamentação do serviço de transmissão de dados pela rede elétrica – conhecido pelas siglas PLC ou BPL. A consulta, no entanto, ainda não tem data para ser lançada.
O ponto principal a ser regulamentado, no entanto, diz respeito à utilização de radiofreqüência de modo que não interfira em outros serviços prestados na mesma faixa. A Anatel deu um importante passo nessa etapa com o consulta pública que terminou no dia 30 de setembro. A expectativa do setor é que no início do ano saia a regulamentação por parte da agência do setor de telecom. Do lado elétrico, a questão parece ser mais simples, tanto é que, conforme apurou este noticiário junto à agência, a Aneel permite que as empresas iniciem a oferta comercial do serviço mesmo sem a regulamentação da sua parte.
O ponto central sob o ponto de vista da concessão das empresas de energia é o uso compartilhado das redes. Como a legislação atual do setor elétrico impede os distribuidores de energia de prestarem qualquer serviço que não seja o de distribuição, é preciso definir quem vai explorar esse serviço, se empresa do mesmo grupo econômico da distribuidora ou terceiros. Outro ponto importante diz respeito à cobrança pelo uso da rede: se haverá livre negociação, como ocorre atualmente nos contratos de compartilhamento de infra-estrutura, ou se haverá regra específica sobre isso. Essa discussão terá que envolver, necessariamente, a Anatel, conforme nota da Aneel.
A agência ainda informa que com a introdução do PLC, as distribuidoras de energia conseguem outras fontes de receita com o aluguel das suas instalações, o que representa ganhos para as empresas que obrigatoriamente tem de se reverter em modicidade tarifária para os clientes. Helton Posseti - PAY-TV News

Banda larga
AES Eletropaulo entrará no mercado com rede PLC
13/11/2008, 16h53
A AES Eletropaulo Telecom anunciou nesta quinta-feira, 13, que oferecerá sua infra-estrutura a prestadores interessados na oferta de banda larga pela rede elétrica.
A empresa tem a tecnologia implantada em 300 prédios em São Paulo, com 150 clientes utilizando de fato o serviço em caráter de teste. A oferta comercial deve acontecer no primeiro trimestre de 2009. A companhia investiu R$ 20 milhões nos testes que incluem os equipamentos adquiridos da norte-americana Current, e uma expansão da rede óptica de cerca em 70 km.
A AES Eletropaulo não vai prestar o serviço diretamente ao cliente final, mas sim oferecer a infra-estrutura às operadoras e prestadoras de serviços interessadas em fazê-lo. Teresa Vernaglia, diretora-geral da Eletropaulo Telecom, afirma que não tem interesse em competir com os atuais clientes. A companhia hoje tem uma rede de fibra óptica com 2 mil quilômetros de extensão e fornece capacidade de backhaul e acesso às concessionárias de telefonia e às operadoras móveis.

Modelos

A companhia chama o serviço de BPL (Broadband Poweline) que é a nomenclatura européia, enquanto que PLC é mais usado nos EUA, conforme explica Teresa. Foram desenvolvidos dois modelos de topografia de rede para o uso da BPL. No modelo out build, o equipamento que insere o sinal de dados na rede elétrica fica no poste de energia, logo depois do transformador. Em São Paulo, cada transformador atende em média 1,8 edifício. Sendo assim, uma vez colocado o equipamento, todos os apartamentos desses prédios ficam automaticamente "iluminados". No modelo in-build, o equipamento é instalado na sala de medição do condomínio, iluminando todos os apartamentos automaticamente, já que o sinal de dados é distribuído junto com a energia. Para o serviço ser prestado nesse segundo modelo, a fibra óptica tem que chegar até o prédio. A vantagem do in-build é que os equipamentos já são homologados pela Anatel.

Consulta pública

A consulta pública que criou as especificações técnicas para o modelo out-build terminou em 30 de setembro. Teresa afirma que o importante da consulta é que ela determina as condições técnicas dos equipamentos, o que dá segurança aos fabricantes para produzi-los e garante a interoperabilidade entre os fornecedores. Com relação à Aneel (a agência reguladora do setor elétrico), Teresa explica que como a solução in-build não usa a rede elétrica pública (objeto da concessão), e sim a do prédio, não há problemas. Ela disse que Anatel e Aneel têm conversado sobre o modelo que usa a rede elétrica pública, mas até a Aneel não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
Teresa não vê problema do serviço ser prestado em caráter secundário – conforme definido pela consulta pública. "Não consideramos que isso seja um fator crítico para adoção da tecnologia. O nível de interferência é muito baixo", diz ela.

Vantagens

A executiva explica que para as operadoras, a vantagem da solução é que ela pode chegar até áreas onde hoje a oferta de banda larga pelos meios tradicionais é deficiente. A executiva citou algumas regiões com essa características que poderiam ser atendidas pelo BPL como Granja Viana, Morumbi, Alphaville e Alto da Boa Vista – todas em São Paulo. Além disso, a solução tem a vantagem de não precisar de nenhum tipo de cabeamento nos prédios, o que é um fator crucial em edifícios mais antigos.
Do ponto de vista do usuário – conforme indicou pesquisa feita com os participantes do teste – um benefício apontado é que a banda larga fica disponível em qualquer tomada da casa. Teresa reconhece que com relação à mobilidade, na prática as pessoas podem colocar um roteador wi-fi, mas frisa que o benefício de ter a rede em todas as tomadas apareceu na pesquisa. Outro benefício levantado pelos usuários do teste é a ausência de cabos pela casa. A executiva afirma que foram criados filtros para impedir que os equipamentos elétricos interfiram no desempenho da rede de dados. Segundo ela, isso acontecia no começo. Outra questão importante é que a velocidade de download é a mesma que de upload, o que não acontece no ADSL.

Helton Posseti - PAY-TV News

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