NXTComm
Verizon foca estratégia em altas velocidades
18/06/2008, 16h06
A indústria de telecomunicações se tornou uma indústria de banda larga, e a Verizon, a maior operadora de telefonia dos EUA, fez questão de deixar isso claro durante a NXTComm 2008, que acontece esta semana em Las Vegas. Denny Strigl, presidente e COO da empresa, foi enfático ao defender a posição do mercado norte-americano no desenvolvimento de plataformas de Internet, e fez uma defesa entusiasmada especificamente de sua plataforma de fibra-óptica.
"Hoje, três quartos dos lares dos EUA têm mais de uma opção de acesso banda larga, e apenas a Verizon sozinha tem mais clientes conectados em uma rede de fibra do que toda a Europa. É importante lembrar que esse desenvolvimento foi baseado na iniciativa das empresas, e não em políticas públicas".
O executivo deu alguns números mais recentes do projeto FiOS, que envolve a renovação da rede de acesso da Verizon por uma rede de fibras com serviços de voz, Internet em banda larga e vídeo. "Já é uma rede disponível a 12 milhões de lares e com 1,2 milhão de usuários. A cada ano, 3 milhões de lares passam a ser servidos pela rede de fibras ópticas", diz Strigl.
Ele explica que se hoje toda a capacidade da rede de fibras fosse utilizada ao mesmo tempo, ainda assim seria possível entregar uma velocidade de download de 75 Mbps por usuário. A partir desta semana, a Verizon vai tornar disponível em todas as localidades atendidas pela rede FiOS o serviço com conexão de 50 Mbps. "E dobraremos a velocidade de todos os assinantes mantendo o preço que eles pagam", diz o executivo. É uma estratégia que tem alvo certo: as operadoras de TV a cabo. A Verizon também anuncia para este ano testes com velocidades de 100 Mbps e justifica: "Quem diz que o usuário não quer essas velocidades é quem não tem como entregar esse serviço. As pessoas querem velocidade".
Com menos ênfase, a Verizon também falou em sua estratégia de banda larga móvel, mas comentou apenas o compromisso de começar os testes com as tecnologias LTE ainda este ano, sem estabelecer um cronograma para a evolução da rede.
Problema bom
Com o aumento das velocidades e o aumento exponencial do tráfego banda larga, os serviços de download e compartilhamento de arquivos por meio de protocolos peer-to-peer (P2P) se tornaram um pesadelo para a Verizon e outras operadoras de banda larga. A Verizon diz que hoje 60% de seu tráfego de dados é decorrente de P2P. "Por essa razão, estamos envolvidos com o projeto P4P, que pesquisa soluções para otimizar esse tráfego, e já encontramos algumas alternativas que melhoram em até 200% a performance da rede, garantindo os níveis de serviço da infra-estrutura e melhorando a satisfação do usuário".
Aliás, o problema da sobrecarga das redes com tráfego peer-to-peer é mais discutido nesta edição da NXTComm do que os próprios serviços. Um dos temas que tem ganhado espaço nas discussões e presença junto aos expositores é o conceito de Deep Package Inspection (DPI), que basicamente é um monitoramento mais cuidadoso do tráfego de dados por parte do operador para evitar perdas de qualidade. Trata-se de um tema polêmico porque levanta questões sobre a violação do direito de comunicação, mas é também a melhor solução apontada até aqui para garantir o gerenciamento de uma rede banda larga. Samuel Possebon, de Las Vegas - PAY-TV News
NXTComm 2008
Conteúdo não é mais "hype" para teles, mas serviço de vídeo ganha presença
18/06/2008, 02h28
A NXTComm 2008, um dos principais eventos do setor de telecomunicações dos EUA, que acontece esta semana em Las Vegas, deixou definitivamente de lado a festa em relação aos serviços de vídeo. É como se o tema, que em outros anos ganhava grande destaque, fosse agora corriqueiro. As plataformas e equipamentos estão presentes em grande quantidade no pavilhão de exposições, com todos os grandes fornecedores apresentando tecnologias. Mas os debates sobre o assunto são pouco efusivos.
A maior prova é a ausência de grandes grupos de mídia. Uma das poucas participações de empresas de conteúdo foi a da programadora Starz, braço do grupo Liberty Media para o segmento de conteúdos premium e vídeo sob demanda. A Starz ainda não tem presença no Brasil.
Segundo William Myers, COO e presidente da Starz, existe uma mudança importante em relação ao consumo de mídia. "As pessoas consomem a mesma quantidade de conteúdos hoje do que há alguns anos. Mas estão consumindo menos televisão e outras mídias tradicionais e se dedicando mais à Internet e à TV por assinatura", disse. A Starz, que há vários anos busca formas de distribuir seu conteúdo pela Internet, apenas no mês passado conseguiu um acordo com a Verizon para colocar sua biblioteca de filmes disponível para os 8,5 milhões de usuários banda larga da Verizon.
A programadora trabalha com as seguintes projeções: em 2011, nos EUA, haverá 101 milhões de lares com cabo ou DTH, 68 milhões de lares com HDTV, 85 milhões de lares com vídeo sob demanda disponível, cerca de 50 milhões terão DVR (gravadores digitais), 88 milhões terão acesso a banda larga e 50 milhões terão acesso a serviços de vídeo em dispositivos móveis. "Com esta realidade, um programador não pode estar em uma só frente de distribuição", diz Myers.
A grande aposta da Starz tem sido em conteúdos em alta definição e em distribuição sob demanda. Ou nas duas coisas combinadas. "Em 2008, nos EUA, serão consumidos 185 milhões de horas de programação sob demanda", diz, ressaltando que agora a aposta da Starz é a distribuição de conteúdos sob demanda pela Internet. Samuel Possebon, de Las Vegas - PAY-TV News
NXTComm 2008
"Unified Communications" é a nova fronteira para teles
18/06/2008, 02h05
Um conceito de serviços importante que começa a ser discutido pela indústria de telecomunicações nos EUA é o conceito de Unified Communications (UC), tema de uma das palestras da NXTComm 2008 mas, principalmente, assunto nos estandes de tecnologia que acompanham a exposição do evento, que acontece esta semana em Las Vegas. O conceito se aplica às plataformas que permitem a unificação de diferentes formas de comunicação, adaptando os serviços disponíveis às interfaces que o usuário tem em mãos em um determinado momento. Idéias como um número único, que pode ser utilizado em qualquer ocasião, seja para o usuário receber uma chamada de voz, uma mensagem instantânea, um email, uma video-chamada estão entre as aplicações possíveis dentro do conceito de UC.
O principal impulsionador destas plataformas, diz Tucker Maroney, diretor da Level 3, são as redes sociais que surgem em um ambiente de Web 2.0. "É uma forma de simplificar a relação do usuário com as tecnologias de comunicação. As redes sociais estão mostrando para as empresas de telecomunicações como as pessoas querem interagir, e isso mostra quais as mudanças de paradigma e as tendências que devem ser seguidas".
Para Fred McConnell, da Mitel, o primeiro desafio para implementar o conceito de Unified Communications é acabar com a dependência que as pessoas têm dos dispositivos para terem acessos aos serviços. "Nesse sentido, interoperabilidade entre os diferentes dispositivos de comunicação é o nosso principal desafio".
4play
O conceito de quadriplay também tem sido bastante discutido durante a NXTComm 2008. Para Arun Bhikshesvaran, CTO da Ericsson nos EUA, hoje os serviços de vídeo são, definitivamente, parte dos serviços de comunicação, e a próxima fronteira será a entrada das teles no campo do comércio eletrônico. "Se eu fosse apostar, diria que as telcos tendem a se dedicar mais e mais para aplicações corporativas".
Para Bob McIntyre, CTO da Cisco, a realidade das empresas de telecomunicações ainda não é suficiente para entregar voz, Internet, vídeo e mobilidade. "Para fazer 4Play temos que ter plataformas IP convergentes. O segundo passo é ter banda realmente larga. O terceiro é conectividade entre os diferentes dispositivos. São pontos ainda a serem atacados". Samuel Possebon, de Las Vegas - PAY-TV News
Handsets
Gradiente anuncia smartphone com TV digital
18/06/2008, 17h38
Mesmo presa à uma crise financeira desde o final do ano passado, que envolve dívida de quase R$ 300 milhões e a paralisação da fábrica de Manaus (AM), a Gradiente anunciou nesta terça, 18, uma parceria com a NeoMagic para o desenvolvimento de um smartphone com recepção de TV digital aberta, no sistema brasileiro SBTVD-T. O anúncio marca o início da caminhada da Gradiente de volta ao mercado de handsets para telefonia móvel e há possibilidade de que a fabricante não volte a produzir equipamentos low-end.
O smartphone da Gradiente, por enquanto, existe apenas no campo das idéias. De acordo com o representante para América do Sul da NeoMagic, Alpoim Correa, as negociações da parceria tiveram início em fevereiro e a Gradiente realizou durante os três meses seguintes uma pesquisa de mercado para ajudar a determinar as funcionalidades que serão incluídas no dispositivo.
"Fechamos hoje as características que o aparelho deve ter e agora a Gradiente começará a cotar e definir questões como o sistema operacional (se Linux ou Microsoft) e como será o layout dos componentes", diz Correa.
Características
O smartphone usará o processador MiMagic8, que integra a função de telefonia com as aplicações multimídia em um único chip e isto, segundo Correa, pode baratear o custo do aparelho. Já está definido que este smartphone não será 3G e o lançamento está programado para até o final de 2008.
"Mas este não deve ser o único aparelho que vamos desenvolver. Foram apresentados mais dois outros modelos, com mais funcionalidades e incluindo o acesso a redes 3G e 3,5G, que devem começar a ser discutidos após o lançamento do primeiro modelo", afirma Correa.
A NeoMagic também negocia no Brasil a fabricação de receptores móveis de TV digital, a integração da recepção de TV digital em equipamentos de localização GPSe a integração de sistemas de segurança wireless.
Fabricação
Para que o cronograma de lançar o smartphone com TV digital até o final do ano seja cumprido, a Gradiente precisa primeiramente resolver o maior de seus problemas: saldar a dívida de quase R$ 300 milhões que mantém sua fábrica paralisada. A expectativa da empresa era que sua instalação voltasse a produzir ainda no segundo semestre de 2008, mas para tanto a empresa precisa conseguir um parceiro investidor ou a liberação de um financiamento do BNDES, o que não aconteceu até o momento. Letícia Cordeiro - PAY-TV News
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